quarta-feira, 22 de abril de 2009

Up The Irons... Amém!

Noite insana memoráááável na segunda-feira, 20.


Documentário do Iron Maiden, o "Flight 666" num "chópi" de São Paulo...
Sessão à meia-noite (levarei a sua alma) e um monte de cabeludos vestidos de preto preparando-se para o culto da noite (sim, e logo saberão que não estou exagerando)


Cinema (óbvio, esperado, dada a procura absurda por ingressos) cheio, tudo preto (mesmo com a luz acesa), rádio Cinemark Trama como tentativa de causar suicídio coletivo e, - porra de pensamento capitalista - vender os assentos dos futuros defuntos, pipoca, conversa boa e fiada intecalando-se ... enfim... observamos uma caravana chegar cheia de crianças, homens de terno, mulheres de saia (êpa, acho que erraram a sessão...) Whatarrell...


EEEEEBAAAA!! Começou!!


Ao som de "Aces High" todos os presentes gritam à la show ao vivo, sentem seus pêlos arrepiarem e estão diante de uma imagem de cinema limpa, perfeita, nunca antes vista pela maioria aqui no Brasil (os cinemas dos americanos devem ser muuuuito melhores)


O documentário mostra como foi a turnê "Somewhere Back in Time" de 2008 com uma série de entrevistas, países, piadas e música.


De país em país, chegam finalmente ao fucking Brasil tupiniquim...


Durante o documentário, a banda menciona o quão absurda é a adoração dos brasileiros pela banda, que inclusive a transformaram em RELIGIÃO! Mostra no documentário o então "pastor" dessa porra Metal Church, o senhor Marcos Motolo, que possui nada menos do que 172 tatuagens da banda e, mesmo convertido a igreja evangélica, consegue coadunar o sagrado e o profano. O filho do cara chama Steve Harris da Silva Sauro e ele consegue falar das letras do Iron durante os cultos (fico aqui imaginando como isso funciona... "Meia, meia, meia, o numero da Besta, Inferno e fogo foram criados para serem soltos, O sacrifício será essa noite, Possuirei seu corpo e farei você queimar,Eu tenho o fogo, eu tenho força, Eu tenho o poder de fazer, Minha maldade seguir adiante... Salve Irmãos, em nome de Cristo, Amém!)


Enfim, saímos do cinema extasiados e sedentos para matar e criar o caos ouvir Number of The Beast até os tímpanos pularem das orelhas quando, nada mais, nada menos que o PASTOR metaleiro levanta-se da poltrona com a sua caravana (pois é.. aquela galera de terno e cheia de criancinhas era da família do cara!!)


Fiquei extasiada, pois acreditei que aquele seria meu guru... não encontro religião para me estabelecer e, de repente, vi naquele senhor o meu caminho que levaria à verdade e à fé!!


Tirei do bolso da jaqueta (surrada, pq fã de metal só tem roupa fudida para esses eventos) a maior cara de pau que encontrei, inteceptei o guru-pastor-metaleiro-louco-guia espiritual e pedi uma foto!


A Oni, que também queria, mas estava com vergonha juntou-se a nós para tirar o retrato!


Taí!!


Iron é a partir de segunda a minha religião!! Mas descobri que não é a do Motolo... ele é evangélico, prega a palavra de Deus e, embora não possa se arrepender de tatuar 172 vezes a afirmação de que o Iron era tudo para ele, vai com regularidade a Suzano e a Itaquera (onde reside) e prega a palavra de Deus... pura e simplesmente a palavra Dele! Do jeitinho que todos os outros fazem...


E lá se foi a minha esperança de ouvir no coro da igreja "Can I Play With Madness", tomar um gole daquele vinho, fazer um chifrinho com as mãos e, ao ouvir, "O Sangue de Cristo", grunhir dizer Yeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhh!!!


Votei a minha condição agnóstica preguiçosa e maloqueira, mas por alguns momentos na minha vida, fui a mais devota de todos!!


Up the Irons!!

Vão em paz e que o Senhor vos acompanhe... Graças ao Eddie!

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