segunda-feira, 16 de abril de 2007

Uma épica manhã no metrô

Esses meios de transporte públicos são mesmo uma piada. Aliás, um dia me perguntaram: se o transporte é público, por que a gente tem de pagar por ele? Não soube responder, mas agora eu sei: Você paga entrada pelas risadas que você dá e pelo stress que você passa, não necessariamente nesta mesma ordem.
Cheguei na estação de metrô hoje pela manhã e achei relativamente estranho. A plataforma estava cheia demais! Estava com uns bons 15 minutos de sobra e resolvi esperar alguns trens passarem, lendo o metrô news. 4 trens se passaram e ninguém conseguia entrar. Bom, já estava ficando tarde. Iria perder meu fretado. Resolvi entrar.
Fiz aquele ritual. Vi um espacinho dentro do trem onde uma mosca apenas poderia ficar e forcei o coitado que estava na minha frente para dentro, gentilmente, utilizando de toda minha brutal força e o apoio de alavanca do topo da porta. Todo mundo já me olhando feio, mas o pior estava por vir.
Uma senhora resolveu entrar no metrô também, depois de mim, com uma mala de mão grande. Mesmo ouvindo rádio, entendi que a mulher dizia estar com medo de perder seu ônibus. Pelo tamanho da mala, supus que ela iria para a rodoviária. Bom, sendo já pressionado pela distinta, resolvi pressionar ainda mais os coitados que estavam amassados a minha frente para gerar espaço para a desavisada. A sineta tocou e a porta não se fechou. A mala da distinta estava impedindo o fechamento. Uma tentativa... Duas tentativas... Três tentativas... SEIS tentativas depois, a porta QUASE se fechou e o trem seguiu o curso.

A mulher bufava e reclamava.
- "Minha nossa senhora!" (Sem resposta...)
- "Minha virgem Maria!" (Sem resposta...)
- "Nunca vi isto tão cheio!" (Acho que nunca pegou metrô pela manhã)
- "Ah! Eu vou perder meu ônibus..." (Então o que está fazendo aqui?)

Depois de alguns vai e vens, a senhora conseguiu postar sua bagagem no chão do vagão, deixando ainda menos espaço para os outros usuários. Foi quando eu ouvi a tão temida frase proferida pelo condutor:
- "Estação Sé. Desembarquem pelo lado esquerdo do trem."

Normal. As portas se abriram e a boiada começou a sair. Só que havia um problema. A senhora resolveu ficar parada ALI, bem na porta do famigerado lado esquerdo do trem! Um urubu (segurança do metrô, para quem não sabe) estava ao lado da porta e apenas se limitou a sorrir quando viu a senhora ser atirada para fora do trem, com sua bagagem sendo chutada pela multidão.
Não satisfeita, a senhora resolveu ENTRAR no trem, indo contra o fluxo de aproximadamente 726.297.238.459.028.385 e meia pessoas que saem de cada vagão na parada Sé. Isso foi mais ou menos como tentar SUBIR as catarátas do Niagara num barril. O trem tocou a sua
sineta novamente... Várias pessoas ainda por sair e por reentrar (eu inclusive). As portas foram seguras pelo digníssimo urubu para que as pessoas (e não o trem) seguissem o seu curso. Entrei no vagão, a senhora também, ela buscava uma pessoa para conversar. Olhou para mim com uma cara de indignação, bufando mais uma vez... Eu desviei o olho e pensei com meus botões...
"Amanhã tem mais."

2 comentários:

Anônimo disse...

Como assim???
amanha ???
amanha é mutio longe!!!!

Unknown disse...

Huahuhauha....o metrô, ah o metrô, que diliça!
Que tal agora as seis horas, na Sé, sentido Itaquera, um repeteco heim?